Raíces de América - Raíze de América

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(Théo de Barros / Geraldo Vandré) – 4´38¨

Prepare o seu coração

pras coisas que eu vou contar

eu venho lá do sertão

eu venho lá do sertão

e posso não lhe agradar


Aprendi a dizer não

ver a morte sem chorar

e a morte e o destino tudo

a morte e o destino tudo

estava fora de lugar

eu vivo pra consertar


Na boiada já fui boi

mas um dia me montei

não por um motivo meu

ou de quem comigo houvesse

que qualquer querer tivesse

porém por necessidade

do dono de uma boiada

cujo vaqueiro morreu


Boiadeiro muito tempo

laço firme, braço forte

muito gado, muita gente

pela vida segurei

seguia como num sonho

que boiadeiro era um rei

mas o mundo foi rodando

nas patas do meu cavalo

e nos sonhos que fui sonhando


as visões se clareando

as visões se clareando

até que um dia acordei


Então não pude seguir

valente lugar tenente

dono de gado e de gente

porque gado a gente marca

tange e fere, engorda e mata

mas com gente é diferente


Se você não concordar

não posso me desculpar

não canto pra enganar

vou pegar minha viola

vou deixar você de lado

vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi

boiadeiro já fui rei

não por mim nem por ninguém


que junto comigo houvesse

que quisesse e que pudesse

por qualquer coisa de seu

por qualquer coisa de seu

querer mais longe que eu


Mas o mundo foi rodando

nas patas do meu cavalo

e já que um dia montei

e agora sou cavaleiro

laço firme braço forte

de um reino que não tem rei.